Jatropha curcas
DANTE, B.L.; GOMES, B.A.; MACCARI-SILVA, B.; VIRGILI-SILVA, A.
Figura 1
Figura 2
Nome Científico: Jatropha curcas
Nome popular: pinhão-de-purga,
pinhão-de-cerca, purgante-de-cavalo, mandubiguaçu, manduiguaçu, figo-do-inferno,
pinhão-paraguaio, pinhão-manso, pinhão-bravo.
Partes Tóxicas da
planta:
Sementes e pericarpo.
Mecanismo
de ação: A semente
possui complexo resinoso, alcalóides, glicosídeos, a toxalbumina curcina e os ésteres de forbol.
O complexo
resino-lipóide é considerado o responsável pela dermatite causada pela planta.
Os glicosídeos
podem deprimir os sistemas respiratório e cardiovascular e estimular a
musculatura gastrintestinal. Esta seria uma das responsáveis pelo efeito
purgativo. Outra responsável por estes efeitos é a toxalbumina curcina que tem
ação semelhante à ricina (toxalbumina encontrada na mamona), porém 1000 vezes
menos tóxica, sobre o trato gastrintestinal e também ação aglutinante sobre os
eritrócitos. É capaz de inibir a síntese in vitro e possui alta capacidade de ligação aos carboidratos específicos,
principalmente nas células do duodeno e jejuno, causando sérios danos à parede
intestinal.
Os ésteres de
forbol são moléculas derivadas de diterpenos tetracíclicos que apresentam
atividades carcinogênicas e ação inflamatória. Experimentos in vitro
demonstraram que os receptores que medeiam a atividade promotora de tumor são
diferentes daqueles que medeiam a ação inflamatória. A ação inflamatória se
deve à capacidade dos ésteres de forbol de ativar a enzima fosfolipase A, que
hidrolisa os fosfolipídeos de membrana produzindo ácido araquidônico, secreção
de prostaglandinas (principalmente a PgE) e leucotrienos e migração celular
transendotelial, levando a uma resposta inflamatória do tecido.
Quanto à
atividade carcinogênica, os ésteres de forbol também apresentam a capacidade de
simular os efeitos do diacilglicerol na ativação da proteína quinase C (PKC) de
forma que a interação entre os ésteres e a enzima é mais forte que a interação
com o diacilglicerol, provocando uma hiperativação da enzima. A PKC tem a
função reguladora de vários processos celulares (proliferação, apoptose,
migração celular, estímulo da síntese de proteínas, etc), existindo evidências
substanciais ligando a PKC à gênese de tumores. Sendo assim, os ésteres de
forbol comportam-se como agentes mitogênicos e estimulam o crescimento celular,
mesmo em doses baixas.
Os ésteres de
forbol também podem estar relacionados, em alguns casos, à hepatite tóxica
devido à ação de seus metabólitos tóxicos sobre os hepatócitos, uma vez que
compostos dessa classe sofrem conversão metabólica pela ação de lipases no
fígado.
Sinais clínicos: Os sinais clínicos
mais comumente encontrados são intensa dor abdominal, náuseas, vômitos
acentuados, diarréia, espasmos da musculatura das extremidades, distúrbios
respiratórios, hipotensão, distúrbios eletrocardiográficos e desidratação.
Conseqüente aos distúrbios hidroeletroliticos pode ocorrer torpor, hiporreflexia
e coma. O óleo tem efeito purgativo violento e o látex é caustico, de ação
irritante sobre a pele e mucosas. Em um estudo com ovinos, observou-se caquexia,
diarreia, mucosas hipocoradas, desidratação, alopecia, bradipneia, respiração
crepitante e tosse. Em outros estudos observou-se que intoxicação em galinhas
era caracterizada por diminuição do crescimento, hepatonefrotoxicidade,
hemorragias e congestão.
Referências:
Ferreira, O.R. et al.Toxicidade do
pericarpo da Jatropha curcas em ovinos. Arquivo
Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia. Vol 64. No 3. Belo Horizonte, junho 2012.
Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1590/S0102-09352012000300006> Acesso em: 03 mar 2015.
Fernandes, R.N.
Valor nutritivo do farelo de pinhão manso (Jatropha
curcas) para alevinos de tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus). Dissertação
(Mestrado) - Universidade Estadual Paulista, Centro de Aquicultura da
UNESP. Jaboticabal, 2010. Disponível em:
<http://base.repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/86742/fernandes_rn_me_jabo.pdf?sequence=1>
Acesso em: 09 mar 2015.
Mendonça, S.; Laviola, B.G. Uso Potencial e Toxidez da Torta de Pinhão-manso. Comunicado Técnico Embrapa. 1 ed.
Brasilia, 2009. Disponível em:
<http://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/737002/1/cot011.pdf>
Acesso em: 03 mar 2015.
Santos, W.L.C.;
França, F.A.; Lopez, L.B.; Silva, G.M.S.; Avelar, K.E.S.; Moraes, S.R. Atividades
farmacológicas e toxicológicas da Jatropha
curcas (pinhão-manso). Revista
Brasileira de Farmácia, 2008. Disponível em:
<http://www.rbfarma.org.br/files/pag_333a336_atividades_farmacologicas.pdf>
Acesso em: 02 mar 2015.
Schvartsman,
S. Plantas Venenosas e animais
peçonhentos. 2 ed. São Paulo: SARVIER, 1992.
Imagens
Figura 1 - Fonte: Prota4u Record Display. Disponível em: <http://www.prota4u.org/protav8.asp?p=Jatropha+curcas>
Figura 2 - Fonte: Cultivos Energéticos. Disponível em: <http://www.jatrophacurcasweb.com.ar/index.php>
Imagens
Figura 1 - Fonte: Prota4u Record Display. Disponível em: <http://www.prota4u.org/protav8.asp?p=Jatropha+curcas>
Figura 2 - Fonte: Cultivos Energéticos. Disponível em: <http://www.jatrophacurcasweb.com.ar/index.php>